Pelega e Porca Prenha na Mata do Pequí

 

Duas crianças, “Pelega” e “Porca Prenha”, fogem para mata para livrarem-se do medo da vacina, porém ao entrarem na mata deparam-se com um medo ainda maior, as fantásticas criaturas que povoam nosso rico folclore. O Saci Pererê, a Pisadera, a Boca de Sapo, o Curupira e tantos outros envolvidos não só interferem na vida dos meninos, como também são influenciados por estes em uma trama lúdica de jogos de interesse e esperteza tão próprio Brasil. Com várias referências à cultura popular e ao universo místico sertanejo, torna-se uma peça que não só trabalha os medos e mistérios do universo infantil, como também toda uma cultura resgatada das lendas e histórias “acontecidas” com nossos pais e avós. Os festeiros que anunciam a chegada da peça criam o universo lúdico que depois povoa-se de mistérios e soluções incrivelmente cômicas em uma trama de “voltar” o fôlego de renovação. “Pelega e Porca Prenha, uma peça prá ocêis”.

Cada vez o homem distancia-se mais da natureza. A rapidez com que a tecnologia transforma e retransforma o novo em ultrapassado, descartando e jogando fora o “velho” faz com que as pessoas percam o referencial humano, vivendo em um mundo artificial e distante da própria natureza. Nesse mundo caótico, onde as crianças são rapidamente inseridas em uma sociedade distante milhares de anos de sua origem primitiva, a arte e o teatro especificamente surgem como um meio de resgate e aproximação do homem dessa natureza, oferecendo refúgio para superação do medo. Um medo primitivo de uma sociedade moderna, devastadora e desumanizadora, medo esse a ser trabalhado através do instintivo e primitivo inerente a todos os seres humanos que de tão próximo da natureza se reveste dela personificando-o através do nosso tão celebrado folclore. Bruxas, Pisadera, Curupira, Boca de Sapo, Saci Pererê, nada mais são que representações dos nossos medos primitivos que desde sempre foram trabalhados durante a infância pela tradição passada de pais para filhos, e que  agora encontra-se esquecida. O contato com essas figuras proporciona uma preparação para superação de medos maiores que sempre existirão no decorrer da vida. O medo é necessário, assim como os seres encantados do nosso folclore pois é um instinto de defesa, porém precisamos aprender a lidar com ele. Nada melhor que encará-lo na infância, aproximando-nos de nossa natureza primitiva através desses arquétipos feitos do resíduo daquilo que é descartado pelas inovações tecnológicas e sociais, mas que são reciclados pela imaginação popular, como um meio de salvação. Esses arquétipos que formam nosso tão necessário folclore, é resgatado aqui pela Cia Teatral Atos & Cenas nessa peça que adentra o universo sagrado da nossa natureza primária.

Siga o link para assistir cenas da peça:

http://www.youtube.com/watch?v=echLTfD9Xbk&feature=mfu_in_order&list=UL

Uma opinião sobre “Pelega e Porca Prenha na Mata do Pequí

  1. olá amigos

    estou feliz em ver o “peleguinha e o porquinha” por ai povoando o imaginário do nosso povo

    gostaria muito que mandassem imagens ou links de imagens e fotografias para meu acervo

    bom trabalho e grande abraço

    anderson bernardes sanches

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